Já há algum tempo venho percebendo algo interessante a respeito do envolvimento dos cristãos em suas comunidades, suas crenças e fé. Muitos de nós, quando não somos “Consumidores de Deus” temos desempenhado o papel de “Profissionais de Deus”.
De um lado deste bando gospel, ficam “os clientes” da igreja, ou seja, são aqueles que semanalmente se alimentam da mensagem, da comunhão, do amor, e vêm a comunidade procurar suas “pregações tarjas pretas” para aguentar até a outra semana quando repete a dose do evangelho dormente que “comprou”. Essa relação limita a igreja, pois o envolvimento factual com o ministério não é real, é uma relação de comércios e interesses.
Por outro lado, ficam os “profissionais da fé”, que desempenham o seu máximo esforço para agradar a clientela, sendo cobrados por seu desempenho, pelos resultados, pelos seus esforços inesgotáveis em suprir a alta expectativa dos exigentes membros e diretoria. Correm atrás de fórmulas, segredos, maneiras para obter um “Ministério bem sucedido”, tudo em troca de uma aprovação ou uma aceitação. Talvez isso aconteça porque no dia-dia ministerial estamos mais executando do que refletindo a respeito do tema, mas é essa a provocação que pretendo lhe fazer hoje.
Muitos de nós somos esmagados pelos sistemas enquanto outros estão adoecendo a vida comunitária permanecendo sentados em seus bancos. Muitos de nós tem considerado o “custo-benefício” que a vida cristã, antes de pegar a sua cruz e ir. Ou seja, quando algo suscita prejuízos, nós voltamos atrás. Isso tem se agravado mais ainda com o crescimento de algumas idéias humanistas em nosso meio. De forma geral, a cruz de Cristo só serve como amuleto, mas quando atrai hostilidade não serve para nós e a abandonamos.
Ter me atentado para isso instalou em mim um alerta que vem acompanhado de uma pergunta: O que estou esperando de Deus? Será que temos entendido o que é a vida cristã autêntica? Esse policiamento é muitas vezes relativizado por nossa mentes cauterizadas, e o verdadeiro evangelho, é trocado pelo evangelho estranho a Jesus. Quantos de nós não frequentamos nossa igrejas como um funcionário que bate o ponto religiosamente nos mesmos horários? Quantos de nós somos apenas consumidores da mensagem sem que isso de fato mude a nossa vida?
Precisamos entender que Cristo é muito mais que tudo que ouvimos e falamos, ele é primordial para nossa existência. Precisamos entender que ele está além de uma vida religiosa presa as paredes de um templo, e que essa verdade permeia toda a nossa vida. A gente é um profissional que cumpre regras ou somos clientes da mensagem? Pense.
Murillo Leal- É jornalista e também escreve nos blogs http://minhavidacrista.com/ e http://crerpensando.tumblr.com/

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