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terça-feira, 17 de setembro de 2013

[COLUNA] Eu não me envergonho do evangelho - Por Murillo Leal

Eu não me envergonho do evangelho, não tem nada a ver com orgulhar-se de ser “crente”, “cristão”,” evangélico”, “protestante”, “reformado”, e etc… Eu não me envergonho do evangelho, mas que Evangelho é este?

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que sabe que ao aceitar a morada de Deus em minha vida eu concordei em acabar com meu próprio orgulho e com meu reconhecimento, me privando dos créditos e dando glória somente a Ele.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que não se importa em ceder um pouco do seu tempo em prol de melhorar a realidade do próximo, ainda que me sobre pouco tempo para meus afazeres.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que dá o fim na minha busca por agradar, conquistar e convencer a Deus com minhas atitudes e reconhece que somente por Jesus podemos amar o outro mais que a nós mesmos.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que cura o enfermo enviando anjos por todo os lugares onde se quer há luz, para levar sua consolação e sua palavra de verdade, curando e libertando do mundo, das potestades, das suas condições precárias e indignas ainda que isso lhe custe à vida.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que bate de frente com a estrutura religiosa instaurada pela cultura de teologias humanistas que exaltam o “fazer” humano e diminuem o “agir” do milagre de Deus.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que me movimenta da minha cadeira no banco da igreja e faz com que nasça em mim um desejo incansável de conviver com realidades diferentes das minhas sem querer reconhecimento.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que não está nas tvs, nas rádios, no congresso, nos púlpitos mais elevados, mas a igreja que apareça na comunidade onde está sendo luz e restauração para famílias, sendo força para os cansados, lugar de paz para os oprimidos e pregando o Cristo crucificado, abandonando as teologias humanas, sofrendo por suas ovelhas, sem ser reconhecida por uma “igreja de sucesso”, mas por ser de fato um lugar onde Deus se revela em todos os níveis e intensidade.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que não ignora a tristeza, mas transforma a fraqueza em sucesso, a dor em alegria e o pranto em descanso.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que é loucura para os homens sábios, idiotices para os espertos, ilusão para os que não desejam ver, filosofias para os teóricos.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que não faz referência na religião, mas que transforma vidas, realidades, verdades, pessoas, pensamentos pelo que é, de fato, na vida das pessoas.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele qual igreja é parte diaconal do mundo e veio com o objetivo de lavar os pés e servir pecadores de todos os tipos e formatos sociais.

Eu não me envergonho do evangelho. Aquele que salva os acusados não dos acusadores, mas das acusações, os cansados não dos “cansadores” mas do cansaço do sistema religioso, e inaugura em nós um desejo de não ver nada, não tocar nada, não se sentir capaz, mas nos encoraja a dar um passo maior em nome de Jesus.

Eu não me envergonho do evangelho. Da religião sim. E evangelho, meu amigo, é bem diferente de religião.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” Romanos 1:16

Murillo Leal é jornalista e escreve também no blog Crerpensando. http://about.me/lealmurillo

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