
Estamos numa série sobre os nomes de Deus e ontem falamos sobre a importância desse estudo e do primeiro nome, Elohim. Hoje vamos continuar com o meu favorito, Yahweh (iavé). Além disso, esse é o nome de Deus mais usado na Bíblia, sendo citado mais de 6.800 vezes no antigo testamento. É usado frequentemente junto com Elohim, sendo traduzido como “Senhor Deus” e também junto com Adonai(nome de amanhã) aparecendo da mesma forma. Na tradução atualizada encontramos Yahweh como “SENHOR”, em letras maiúsculas e Adonai como “Senhor”, em letras minúsculas. Em versões mais antigas Yahweh aparece como Jeová, nossa forma aportuguesada e conhecida de se referir a Deus nesse sentido.
Para os judeus esse é o nome mais sagrado de Deus. Por isso não o pronunciam com medo de quebrar o terceiro mandamento (usar o nome de Deus em vão). Pronunciam como Elohim ou Adonai em respeito total ao Senhor. Tinham o costume também de escrevê-lo apenas com as consoantes hebraicas: YHWH. Todo esse respeito tinha uma razão: Yahweh vem de uma raiz verbal “haiah” que significa “ser”. Ele aparece pela primeira vez junto com Elohim em Gênesis 2:4 e é citado por Abraão em Gênesis 14:22, mas é só durante o chamado de Moisés que seu significado fica mais claro e real. Ao aparecer na sarça ardente Deus se apresenta como “EU SOU O QUE SOU” e “EU SOU” (Ex 3:14-15). Aqui o termo começa a ganhar essa importância suprema, vamos entender!
Depois de revelar seu nome a Moisés e anunciar a libertação do Egito Deus diz: “Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-poderoso (El Shaddai); mas pelo meu nome, O SENHOR (Yahweh), não lhes fui conhecido.” (Ex 6:3). Já vimos que Abraão usou esse nome para com Deus. E é importante dizer que Deus mesmo se revelou a Jacó como Yahweh (Gn 28:13). O que Deus está querendo dizer quando diz que ainda não foi conhecido assim? A resposta que encontramos é que eles conheciam o nome, mas ainda não o seu real poder e majestade do seu significado. Somente depois da obra milagrosa, poderosa e soberana da libertação do Egito os hebreus conseguiram ter uma ideia do que significava o termo Yahweh. Deus fiel e soberano, que não muda e cumpre suas promessas e alianças. Deus soberano, eterno e imutável é o que ele representa, e por isso tamanha é a devoção ao SENHOR YHWH.
Em Malaquias 3:6 Yahweh é apresentado como o Deus que não muda, mas é em Êxodo 34 (v.5-7) que considero estar a maior demonstração da glória desse nome. Deus mesmo o está proclamando e falando a respeito da redenção no encontro mais poderoso que alguém já teve com o Senhor:
“Tendo o SENHOR descido na nuvem, ali esteve junto dele e proclamou o nome do SENHOR. E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!”
Por tudo isso Yahweh não é usado no plural, nem com sufixos e muito menos para outros deuses como acontece com Elohim. O que acontece é o uso de sua forma abreviada, como “Yah” ou “Yahu”. Daí surgiu a expressão “Alelui–yah” (aleluia), muito usada hoje entre nós e que significa louvai ao Senhor. Outra forma de uso é em conjunto com outros termos formando mais nomes compostos que dão ênfase a certos atributos e ações de Deus. Vamos ver alguns dos mais conhecidos:
Yahweh tsabaoth – Senhor dos Exércitos
O termo “tsabaoth” é usado para anjos e fala a respeito de um Deus capaz de usar sua criação como instrumentos para cumprir seus propósitos.
Yahweh yireh – O Senhor proverá
É encontrado no episódio do monte Moriá (Gn 22:13-14) onde Deus pede a Abraão que sacrifique seu filho Isaque. Deus se revela dessa forma ao providenciar o cordeiro e livrar o filho. É uma revelação do Messias, do Deus provedor que enviará o cordeiro para salvação do seu povo.
Yahweh shalom – O Senhor é paz
Shalom é a palavra hebraica usada para significar “inteiro” (Dt 27.6), “acabado” (Dn 5.26), “cheio” (Gn 15.16), “bem-estar”(Gn 43.27) e “perfeito ou íntegro” (1Cr 29.19). Fala da reconciliação perfeita com Deus através de Jesus que temos paz com Deus através dela.
Outros nomes importantes são Yahweh tsidkenu (Senhor é nossa justiça) e Yahweh shammah (O Senhor está ali). Ainda existem outros, mas por enquanto esses são suficientes para termos uma noção de quem nosso Deus é. Podemos falar sobre eles em outros momentos ou até nos comentários. Quero encerrar lembrando de uma das declarações mais importantes que Jesus já fez sobre si mesmo. E só depois de estudarmos sobre o significado superior do nome Yahweh é que podemos entender a força dessa declaração em João 8:58:
“Antes que Abraão existisse, EU SOU!”
Se pronunciar o nome de Yahweh era considerado um grande pecado, quanto mais afirmar que era o próprio. Por isso os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo. Por isso se levantaram para matá-lo. Mas Jesus permaneceu. Salvador fiel, que cumpre sua promessa e planos até o fim. Até a morte e morte de cruz. Antes de Abrão, antes de qualquer um, Jesus era o Deus YAHWEH, soberano, eterno, imutável, fiel e cumpridor de todas as suas promessas. É nesse Deus perfeito que está nossa fé, e por isso temos a esperança da glória. Esse é meu nome preferido, pois não existe melhor definição para Deus do que dizer: Ele é o que é. Nada mais, nenhuma letra, pois não há comparações a altura.
Soli deo Gloria!
PEDRO PAMPLONA: Pecador arrependido, vencido pela graça e salvo por Jesus. Apaixonado por Ele e por sua Igreja! Formado em administração e pós graduando em teologia pelo Centro Presbiteriano Andrew Jumper. Membro da Igreja Batista Central de Fortaleza buscando uma reforma constante pessoal e eclesiástica a luz da Bíblia e do cristianismo histórico!
Fonte: Evangelho Urbano
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